Vinheta: Inovação
Título: Conexão para a ciência
Título: Conexão para a ciência

DENPI e MackGraphe coordenam a formação de hubs de inovação com diferentes áreas de pesquisa do Mackenzie.

Nos dias de hoje, a inovação tecnológica avança em ritmo cada vez mais veloz e está presente nas mais diversas áreas, como nos dispositivos capazes de detectar antecipadamente pragas que poderão atingir lavouras ou mesmo nos biossensores que informam as alterações químicas nos pacientes, ajudando a prevenir doenças — tudo isso fazendo parte da internet das coisas. Até bem pouco tempo, tudo isso parecia fruto da criatividade dos roteiristas de ficção científica, mas esses sistemas já estão em desenvolvimento nas mantidas do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM).

Mackgraphe encabeça parcerias com UPM, FEMPAR e Castro.

Foto: Carlos Patricio

Falamos aqui da criação de hubs de inovação, por meio da conexão entre o MackGraphe, a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), a Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e o Instituto Cristão de Castro (ICC), também do Paraná, o que vem possibilitando o desenvolvimento de pesquisa aplicada de alto nível. “Por meio desse intercâmbio entre os pesquisadores de nossas mantidas, estamos buscando o desenvolvimento de produtos, os processos e as tecnologias orientadas ao mercado. Esse trabalho demonstra a capacidade técnico-científica do Mackenzie”, declara Carlos Cesar Bof Bufon, titular da Diretoria de Ensino, Pesquisa e Inovação (DENPI) e diretor-geral do MackGraphe.

Instituto Cristão de Castro, um dos parceiros nas pesquisas.

Foto: Suzana Salathiel

A conexão entre as mantidas do IPM tem feito nascer soluções com alto potencial tecnológico principalmente nas áreas de medicina e do agronegócio, respectivamente, pelo programa de pós-graduação da FEMPAR e por meio da escola-fazenda do ICC, onde um ambicioso projeto de revitalização está em curso.

Na medicina, a FEMPAR está alinhada à nanotecnologia para o desenvolvimento de pesquisas na área de biossensoriamento, ou seja, dispositivos capazes de monitorar moléculas no organismo dos pacientes e detectar alterações que podem significar o início de doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson.

Um exemplo que já está acontecendo no Mackenzie é o desenvolvimento de biossensores para a detecção de câncer de mama, estudo da pesquisadora e docente na Escola de Engenharia da UPM, Cecília de Carvalho Castro e Silva, que já mencionamos em edição anterior da Revista Mackenzie. “Há vários outros projetos de nanomedicina que vêm sendo desenvolvidos aqui no MackGraphe por alunos de doutorado e pós-doutorado, sobretudo na área de biossensores e de dispositivos neuromórficos”, explica Bufon.

Na área do agronegócio também há diversas aplicações da nanotecnologia. Um dos projetos de destaque que está sendo desenvolvido no Mackenzie é um dispositivo que, acoplado às plantas, pode monitorar aspectos nutricionais ou possíveis pragas que venham a prejudicar seu processo de desenvolvimento. Contudo, as possibilidades são amplas, desde focar o controle de pragas de maneira localizada até a gestão de rebanhos. “Um dos grandes problemas do Brasil hoje é que nossos produtos lácteos têm uma divergência muito grande. De um local para outro, o leite é muito diferente. Isso está ligado à quantidade de proteínas totais, à ingestão de fibras e demais particularidades nutricionais. Se você utilizar dispositivos que permitam controlar melhor a alimentação do gado e monitorar as propriedades do leite, você consegue essa homogeneização”, afirma Bufon.

Finalmente, outro exemplo que precisa ser mencionado é o desenvolvimento de curativos avançados fundamentados em dois nanomateriais: nanocelulose e óxido de grafeno. Segundo o pesquisador do MackGraphe, Dr. Aryel Heitor Ferreira, “este curativo visa à liberação controlada de ativos cicatrizantes e com atividade antimicrobiana”. Esse projeto foi muito bem avaliado no Edital InovaGrafeno do CNPq e o único aprovado no IPM. Vale ressaltar que o projeto zela pelo princípio da multidisciplinaridade e envolverá um esforço articulado pela DENPI entre o MackGraphe, a Faculdade de Medicina do Paraná (FEMPAR), o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano).

Eixos de atuação

O MackGraphe busca trabalhar em quatro diferentes eixos, e o principal é a pesquisa para o setor produtivo. O segundo eixo é a pesquisa básica in house,que também tem a ver com a projeção futura das demandas do mercado. “Estamos sempre ligados no roadmap tecnológico em nossa área de interesse, determinamos um norte para os estudos e a pesquisa deve seguir esse caminho, aplicando expertise e métodos próprios”, explica o diretor do MackGraphe.

Mackgraphe possui laboratórios altamente qualificados e infraestrutura de ponta.

Foto: Carlos Patricio

O terceiro eixo de atuação é funcionar como um ambiente de pesquisa para as mantidas, ou seja, os laboratórios altamente sofisticados e a infraestrutura de ponta do MackGraphe são disponibilizados para a comunidade científica mackenzista, no modelo de laboratório multiusuário. Por fim, o quarto eixo está voltado para a capacitação. “É parte de nosso DNA formar novas gerações de pesquisadores e líderes de inovação alinhados aos problemas relevantes para a sociedade e o setor produtivos. Esta ainda é uma área carente de mão de obra, por ser altamente especializada e necessitar de um ambiente de formação e capacitação diferenciados. Soma-se a isso a perda de pesquisadores, que vão para o exterior”, comenta Bufon.

Por isso a importância de formar esses hubs de inovação, envolvendo as mantidas do IPM em um programa integrado e multidisciplinar, tendo as tecnologias exponenciais, como a nanotecnologia, intimamente conectadas aos setores estratégicos como saúde, energia e agricultura. Por exemplo: “Já submetemos dois projetos em parceria com a FEMPAR, um deles para o desenvolvimento de biossensores para o diagnóstico de doenças nas áreas autoimunes e outro relacionado ao desenvolvimento de coração artificial com tecnologia de controle 5G. São projetos que envolvem pesquisadores do MackGraphe, da UPM e da FEMPAR. O que a DENPI faz é conectar essas áreas de ensino, pesquisa e inovação do Mackenzie, colocar todos esses atores juntos e auxiliar nos processos de prospecção de parceiros estratégicos, gestão da inovação e operação dos programas e projetos”, finaliza o diretor.

Um dos braços da parceria, a Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná atua nas áreas de educação, pesquisa e inovação.

Divulgação

Nas próximas edições, a Revista Mackenzie apresentará os projetos que vêm sendo desenvolvidos em cada um desses hubs de inovação, tanto na área de agronegócios quanto na de medicina, em alinhamento com as pesquisas conduzidas no âmbito da nanotecnologia.

Carlos Cesar Bof Bufon

Foto: Jonathas Cotrin

Foto: Jonathas Cotrin

Graduado em Física pela Universidade Federal de Viçosa, mestre em Física Aplicada pela Universidade de São Paulo, em São Carlos, e doutor em Física pela Universidade de Düsseldorf, na Alemanha, Carlos Cesar Bof Bufon possui especialização na área de Gestão Estratégica de Inovação Tecnológica pela Unicamp. Foi líder do grupo de pesquisa em componentes eletrônicos do Institut fuer Integrative Nanowissenschaften, do Leibniz-Institut fuer Festkoerper und Werkstoffforschung Dresden, na Alemanha. Foi pesquisador no Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Chemnitz, na Alemanha. Foi pesquisador e chefe da Divisão de Dispositivos no Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano/CNPEM) em Campinas, São Paulo. É professor orientador nos Departamentos de Físico-Química da Universidade Estadual de Campinas e do programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais (POSMAT) da UNESP. Consultor na área de inovação de tecnologia e gestão de projetos de pesquisa e desenvolvimento. Coordenador-geral das Redes SibratecNano de Inovação em Nanotecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações (MCTI). Foi membro do Conselho de Curadores do Instituto Presbiteriano Mackenzie e do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie. Membro do Comitê Consultivo de Nanotecnologia e Novos Materiais (CCNANOMAT) do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações (MCTI). Atualmente, é diretor de Ensino, Pesquisa e Inovação do Instituto Presbiteriano Mackenzie e diretor-geral do MackGraphe.

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