Fotos: Everton Bonturim
Em sua busca constante pela excelência do ensino na graduação e pós-graduação, a Escola de Engenharia da UPM é considerada um centro de referência na formação profissional e produção científica dentro e fora do Brasil, unindo tradição, pioneirismo e inovação aos preceitos do tripé “ensino, pesquisa e extensão”.
Nesta edição da Revista Mackenzie trazemos um especial com reportagens sobre os seis cursos que hoje integram a grade curricular da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM): Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia de Materiais, Engenharia de Produção e Química. Todo este conteúdo foi preparado pela Comissão de Comemoração dos 125 anos da Escola de Engenharia, com o apoio Diretor da EE e coordenadores de curso, como forma de celebrar o aniversário desta instituição, apresentando toda a trajetória de cada um desses cursos, desde que foram criados até os dias de hoje.
Fundada em 1896, a EE/UPM iniciou suas atividades com o curso de Engenharia Civil, como uma das primeiras instituições de ensino a oferecer cursos de engenharia no país, contribuindo diretamente para a formação de mão de obra qualificada e emancipadora necessárias para o desenvolvimento do Brasil. “Tradição e pioneirismo, é sob esse lema que a Escola de Engenharia vem desempenhando seu papel na sociedade, fazendo parte da história das grandes transformações ocorridas no país e, em especial, em São Paulo, desde o final do século XIX”, destaca o reitor da UPM, Marco Tullio de Castro Vasconcelos.
Magda Aparecida Salgueiro Duro, coordenadora do Ciclo Básico da Escola de Engenharia.
Marcos Massi, diretor da Escola de Engenharia da UPM.
Desde a sua fundação, a EE/UPM tem sido primorosa em sempre zelar pela sólida formação nas disciplinas básicas, essenciais ao desenvolvimento acadêmico dos futuros profissionais. Para isso, ao longo da história a EE foi aprimorando a seleção das disciplinas que compõem o “Ciclo Geral” ou “Ciclo Básico”, englobando componentes curriculares associadas aos diferentes ramos da Física e de toda a Matemática Superior. Essa ação tem o objetivo de suprir toda a defasagem de conhecimentos básicos do ensino médio, que se apresenta de forma latente em grande parcela do alunato recém-ingresso, promovendo ações para resgatar eventuais déficits de conhecimentos essenciais, bem como a necessária motivação para um estudo de resultados.
Magda Aparecida Salgueiro Duro, coordenadora do Ciclo Básico da Escola de Engenharia.
Em igual importância, o efetivo acolhimento aos alunos iniciantes, dando-lhes as orientações e apresentando as diversas oportunidades que eles encontrarão no curso, tem sido uma caraterística marcante da EE nestes últimos anos. Esse acolhimento pretende estender uma mão amiga, oferecendo caminhos e fomentando, dia após dia, a necessária determinação para vencer esta árdua etapa inicial, revelando que essa jornada, além de útil, também pode ser agradável e humanizada.
Marcos Massi, diretor da Escola de Engenharia da UPM.
Na opinião do diretor da Escola de Engenharia da UPM, Marcos Massi, a atualização periódica nos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) refletem necessidades impostas pelas mudanças na engenharia e na tecnologia, que por sua vez também orientam as Diretrizes Curriculares Nacionais do MEC. “Para ter uma ideia desse dinamismo, vale citar que, novas formas pedagógicas vêm sendo planejadas e implementadas de maneira a proporcionar aos alunos um perfil moderno e adequado ao mercado. Estamos trabalhando em aprendizagens ativas, projetos integradores, e a inclusão de componentes curriculares projetuais na matriz curricular”, informa.
O diretor da EE/UPM também comenta que a constante e tradicional parceria com o setor industrial e de construção civil tem ajudado a Escola a acompanhar as mudanças ocorridas no mercado ao longo de todo esse tempo. “Apenas nos últimos 12 meses mais de 25 empresas estabeleceram parcerias com os docentes dos nossos cursos, com as quais poderemos realizar uma série de atividades com nossos alunos, tais como, desenvolvimento de projetos de pesquisa, criação de vagas de estágios exclusivos para alunos da EE, realização de hackathons, entre outros”, completa.
Avanços tecnológicos
Para o diretor Marcos Massi, considerando o atual cenário em que boa parte da sociedade tem sido impactada pelo advento da indústria 4.0, se faz necessária a formação de engenheiros que dominem suas respectivas áreas de formação com habilidades e competências voltadas a análise e resolução de problemas aplicando ferramentas tecnológicas. “O emprego de tecnologias e a digitalização de processos demandam profissionais de engenharia com novos perfis de formação. Além disso, o Brasil tem desafios significativos nas áreas de infraestrutura, com destaque para construção civil, telecomunicações e energia, setores que demandarão a formação de engenheiros”, declara.
Contribuições da Escola de Engenharia
Acervo CHCM
Primeiro curso de engenharia civil não público do Brasil (1896).
Primeiro curso de engenharia química do Brasil (1922).
Primeiro curso a promover o ensino da tecnologia de concreto protendido no Brasil, tendo no corpo docente nomes como José Carlos Figueiredo Ferraz, Augusto Carlos Vasconcelos e Roberto Rossi Zuccolo.
Pioneirismo na introdução da nanotecnologia como um campo de estudo na formação do Engenheiro de Materiais.
Publicações de importantes livros relacionados à engenharia civil.
Criação, em 1960, do CRAAM, abrangendo atividades de pesquisa e desenvolvimento em radioastronomia, radio-ciências, astrofísica, física solar, geofísica espacial, entre outros.
Fundação do Laboratório de TV Digital (LABTV), responsável pelos principais desenvolvimentos de padrões e sistemas de TV.
Criação de um centro de estudos especializado em pesquisas com grafeno (MackGraphe).
O engenheiro civil mackenzista, Ragueb Chauki Banduk, é considerado um dos percursores nos estudos de patologias das construções no Brasil.
A Usina Hidrelétrica Capivara, da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), recebeu o nome de “Escola de Engenharia Mackenzie”.
Nos seus 100 anos de fundação, a EE foi homenageada com a inauguração do Complexo Viário Escola de Engenharia Mackenzie.
Nos 150 anos do Mackenzie foi inaugurou-se o Viaduto Engenheiro Antonio Moliterno, formado na EE onde também foi professor.
Acervo CHCM
Os egressos da EEUPM têm em comum as altas taxas de empregabilidade, graças à sólida formação. “A interação de nossos alunos com empresas e centros de pesquisa e empresas durante a graduação possibilita desenvolver uma carreira acadêmica e profissional. O programa de iniciação cientifica tem forte interação com pesquisadores e professores da pós-graduação o que permite ao aluno ingressar após formado na pós-graduação em nível de especialização, mestrado e doutorado na própria EE. Parcerias com universidades do exterior possibilitam mobilidade internacional com dupla titulação. A constante interação com o mercado, desenvolvimento de atividades de projetos e o investimento na atualização constante dos laboratórios permite a formação de um engenheiro hands on com a qualidade que só a tradição e a visão de futuro do Mackenzie podem fornecer”, conclui o diretor.
O reitor da UPM acrescenta que todos os cursos da EE possuem grande aprovação no mercado. “Além disso, mantêm posição de destaque nos principais rankings de avaliações de cursos superiores do Brasil. O corpo docente da EE também é destaque, formado por maioria de mestres e doutores, atuando tanto na extensão como na pesquisa. Recentemente, essa qualidade foi comprovada com a inclusão de sete professores da Escola na lista dos 10.000 pesquisadores mais influentes na América Latina”, comenta Vasconcelos.
Clique/toque nos títulos abaixo para conhecer o passado, presente e futuro de cada um de nossos cursos de engenharia.
Engenharia Civil
NTAI/Mackenzie
Patrícia Barboza da Silva.
Patrícia Barboza da Silva.
Atualmente sob coordenação da professora Patrícia Barboza da Silva, a Engenharia Civil foi criada em 1896, no então Mackenzie College, foi o primeiro curso da atual EE Mackenzie. Iniciou suas atividades com o objetivo de atender ao ensino de construção de ferrovias e prospecção de minério. Foi o primeiro curso privado de engenharia no Brasil. Os primeiros profissionais formados pela instituição se dedicaram a áreas como Topografia, Geodésia, Geologia, Mineralogia e outras disciplinas afins. O primeiro deles foi Alexandre Mariano Cococi, do qual consta a autoria de uma planta urbana, de 1902.
Logo, a grade curricular do curso adentrou outras áreas mais gerais, como a de concreto armado, acompanhando as demandas de crescimento da cidade, no início do século XX. Um dos primeiros livros sobre o assunto publicado no Brasil foi Construções em Concreto Armado, em 1918, de autoria de R.B. Clark, professor da Escola de Engenharia Mackenzie.
Também, na área de Mecânica dos Solos, destacou-se um engenheiro mackenzista, Alberto Ortenblad, formado em 1922, que publicou sua tese defendida no Massachusetts Institute of Technology (MIT), “A Teoria Matemática do Processo de Adensamento das Argilas”, em 1925, no Journal of Mathematics and Physics, de Boston, primeiro trabalho brasileiro que marcou o desenvolvimento da então recém-criada nova ciência aplicada: a Mecânica dos Solos.
A partir da década de 1960, como consequência do grande crescimento da economia que vivia o país e das transformações tecnológicas que se processavam em todo o mundo, a Engenharia Civil Mackenzie estabeleceu bases mais recentes para o ensino, vindo então a se notabilizar entre os melhores cursos do país. Foram muitas as contribuições para a construção de um ensino de excelência, hoje reconhecido. Neste período de realizações técnicas notáveis, que surpreendia até mesmo os mais bem informados, a escola valeu-se muito da experiência profissional de engenheiros que desbravavam o conhecimento das novas tecnologias e técnicas construtivas, para formular as bases de um ensino atual e maduro.
Em 1970, a Engenharia Civil Mackenzie alcançou sua maturidade, destacando-se no ensino de várias modalidades, com metodologias que levaram ao conhecimento da prática da engenharia, por meio de aulas teóricas, experimentações em projeto e ensaios em laboratórios, que colocaram seus egressos entre os mais requisitados pelo mercado da construção civil.
Hoje, o curso de Engenharia Civil Mackenzie se encontra como uma das principais referências no ensino da engenharia no país, considerando os cursos privados e públicos, pelos principais meios da avaliação, destacando sua posição dentre os primeiros para a colocação de seus egressos no mercado de trabalho. Em seus centros de ensino, nas cidades de São Paulo, Campinas e Brasília, estabelece uma grade curricular com sessenta e três competências curriculares, dentre sessenta disciplinas obrigatórias e cinco optativas e, com o apoio de seus laboratórios de física, geologia, mecânica dos solos, topografia, geoprocessamento, materiais de construção, estruturas, e pavimentação, e ainda, softwares atuais nas mais diversas áreas da engenharia civil, forma engenheiros com competências, habilidades e discernimento específicos para a construção civil, focando o ensino especialmente em áreas de atuação profissional, como projeto e construção; saneamento básico e ambiental; sistemas hidráulicos; infraestrutura de transportes; e estruturas.
Seus professores, todos pós-graduados, sob a coordenação da professora Patrícia, ministram as aulas em disciplinas específicas, básicas, de formação e profissionalizantes, agrupadas em eixos temáticos que visam conduzir os futuros engenheiros a atuarem segundo especialidades, de forma isolada ou no seu conjunto, e a destacarem-se como profissionais de excelência para o mercado de trabalho.
Hoje, aos 125 anos de sua criação, a Engenharia Civil Mackenzie pode se vangloriar por ter formado engenheiros para o mercado da construção civil, provindos de cidades de todo o Brasil, muitos responsáveis por projetos ou construção de grandes obras, gestores de grandes empresas e órgãos públicos, na cidade de São Paulo e de âmbito nacional, mantendo a tradição de uma educação inovadora e madura, voltada à prática da engenharia.
Engenharia Elétrica
NTAI/Mackenzie
Bruno Luis Soares de Lima.
Bruno Luis Soares de Lima.
Atualmente coordenado pelo professor Bruno Luis Soares de Lima, o curso de Engenharia Elétrica foi criado em 1917, mas começou a nascer um ano antes, quando William A. Waddell, então presidente do Mackenzie College, promoveu uma aproximação com o Union College, em Schenectady, estado de Nova York, EUA. Waddell, impulsionado pela importância da eletricidade e suas aplicações para a urbanização e industrialização de São Paulo, atraiu o interesse da empresa General Electric para a criação de um curso de Engenheiros Mecânicos-Eletricistas no Mackenzie College.
Em 1917, iniciou-se a primeira turma de quatro alunos, do quais dois se formaram: João Acácio Gomes de Oliveira e Luiz Augusto Pinto Junior conquistaram o título acadêmico de “Bachelor of Science in Mechanical and Electrical Engineering”, expedido pela Universidade do Estado de Nova York. Eles trabalharam juntos em um projecto-these (o atual Trabalho de Conclusão de Curso) com o título “Projeto da Usina Hydro-electrica de Guarapuava, Paraná.”
Em 1919, a duração do curso foi alterada de quatro para cinco anos, com a exigência de dois estágios, de seis meses cada, um com ênfase em engenharia mecânica e outro em energia elétrica, proporcionando experiências profissionais na indústria ainda antes da formatura. esta estreita relação da academia com a indústria sempre foi uma característica do curso, promovendo alta empregabilidade aos engenheiros mackenzistas nos setores produtivos. Entre 1918 e 1939, formaram-se 59 engenheiros mecânicos-eletricistas, segundo os anuários do Mackenzie. A partir de 1936, o título de “Engenheiro Eletricista” começa a ser empregado pela Escola de Engenharia Mackenzie.
Com a construção das grandes hidrelétricas na década de 1960, diversos engenheiros formados pela Escola começam a atuar nas grandes empresas do setor como Celusa, CPFL, Cesp, Furnas, Itaipu, Eletronorte, Chesf e outras. Merecem destaque alguns egressos e, posteriormente professores da EE, que assumiram cargos importantes em empresas do setor elétrico paulista, como Sergio Eduardo Fronterotta, José Carlos Masciotro e José Alceu Falleiros.
Desde sua origem, a formação de Engenheiros Mecânicos-Eletricistas do Mackenzie esteve direcionada para a indústria e para o setor energético. Deste modo, ao longo dos anos, formou-se forte tradição da Escola com este segmento, que foi reafirmado ao longo de décadas. Esta tradição foi reconhecida em 1996 pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (decreto nº 41.333) denominando a Usina Hidrelétrica Capivara da Companhia Energética de São Paulo (CESP) como “Escola de Engenharia Mackenzie”.
Em 1964 foi criada a ênfase em Eletrônica, acompanhando o desenvolvimento das novas tecnologias na área da Engenharia Elétrica, e mais uma vez, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico e econômico do país. Os novos engenheiros eletrônicos atuaram diretamente para o crescimento de multinacionais nas áreas de eletrônica, automação e telecomunicações, fortalecendo estes novos setores no Brasil. Na década de 1970, registra-se a importante contribuição de engenheiros elétricos mackenzistas na implantação de um dos maiores projetos mobilidade urbana de São Paulo, o metrô. Depois dos primeiros bondes elétricos passarem em frente ao Mackenzie 118 anos antes, em 2018 foi inaugurada a estação Higienópolis-Mackenzie do metrô, marcando definitivamente a tração elétrica em nossa história.
No ramo das comunicações digitais, a Escola de Engenharia destacou-se como uma liderança em pesquisa e desenvolvimento. Em 1998 foi fundado o Laboratório de TV Digital (LABTV) da UPM. Formado por pesquisadores, alunos, professores e engenheiros de emissoras parceiras, o LABTV foi responsável por realizar testes comparativos entre os sistemas de TV Digital da época: Advanced Television Systems Committee (ATSC 1.0), Digital Video Broadcasting – Terrestrial (DVB-T) e Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial (ISDB-T). A missão inicial do LABTV era a identificação do sistema mais adequado a ser utilizado como base para ao desenvolvimento do sistema brasileiro de televisão (SBTVD). Posteriormente, o LABTV foi um dos vinte e um grupos brasileiros de pesquisa que, entre os anos de 2004 e 2005, criou o SBTVD definitivo. Em 2006, o sistema japonês ISDB-T foi oficialmente declarado pelo governo brasileiro como o sistema base para o SBTVD, que entrou em operação em 2007. O SBTVD está hoje em operação no Peru, Argentina, Chile, Venezuela, Equador, Costa Rica, Paraguai, Filipinas, Bolívia, Nicarágua e Uruguai.
Em 2000, a atuação em pesquisas acadêmicas da Engenharia Elétrica Mackenzie foi reconhecida formalmente com a recomendação do mestrado pela CAPES, seguida da recomendação em 2008 do doutorado nas áreas de concentração em Engenharia de Telecomunicações e Engenharia de Computação. Em um cenário de necessidades de novas fontes de energia, modernização dos sistemas de transmissão e distribuição de energia, implantação da tecnologia 5G e transformação digital de processos a formação de engenheiros eletricistas se torna cada vez mais imprescindível para evolução da sociedade e desenvolvimento econômico. Todos os setores da sociedade são impactados por desenvolvimentos relacionados a energia e telecomunicações que dependem fundamentalmente da atuação de engenheiros eletricistas. Neste cenário, espera-se que o curso de Engenharia Elétrica do Mackenzie continue a formar a mão de obra para o mercado de trabalho, impactando o futuro do nosso país.
Engenharia Mecânica
NTAI/Mackenzie
Nelson Carvalho Maestrelli.
Nelson Carvalho Maestrelli.
Fundada em 1958, e atualmente coordenada pelo professor Nelson Carvalho Maestrelli, nasceu de um movimento que até hoje se reflete nas condições de trabalho e estilo de vida das pessoas: as novas tecnologias de produção mecânica. Para acompanhar esses avanços, a indústria mecânica precisa estar em constante transformação, se antecipando na preparação de seus sistemas e de seus produtos, para as novas demandas tecnológicas do mercado.
O curso de Engenharia Mecânica da EE/UPM tem acompanhado todo desenvolvimento desde que foi criado. O mais recente exemplo está na criação, em 2009, do curso de Engenharia Mecatrônica, que, aliado ao de Engenharia Mecânica, tem um tronco comum que se estende até a sexta etapa. Esse curso baseia-se na integração da Engenharia Mecânica com a Eletrônica, visando formar profissionais que possam atuar em projeto e manufatura de produtos e processos.
Os cursos formam o aluno com habilidades para pesquisar, propor soluções para problemas da área da engenharia, extrair conclusões e criar tecnologias. Baseiam-se na aplicação de princípios científicos, conhecimentos tecnológicos, capacitando os alunos a sintetizar informações e desenvolver modelos para solução de problemas da área. Com o recente trabalho de modernização, finalizado em 2017, conta hoje com 16 laboratórios, onde se destacam os de metrologia, sistemas térmicos e usinagem. As áreas de atuação podem ser resumidas em: Projeto de Máquinas e Instalações, Térmica e Energia, Automação e Controle, Produção e Processos, e Empreeendorismo. No Enade 2020, o curso de Engenharia Mecânica conquistou o conceito 4, na escala de 1 a 5. No “Guia do Estudante” de 2020, o Curso de Engenharia Mecânica foi merecedor de 4 estrelas.
A Engenharia Mecânica tem contribuído para a indústria nacional desde a sua criação, colocando profissionais em vários segmentos e cadeias de comando. Dentre eles, pode-se citar José Roberto Bardella, CEO da indústria de segmento pesado; Cristiano Aoki, CEO da Engemix, indústria do setor de hidroelétricas; Marco Pacheco, CEO da Nissan; Henri Penchas, presidente da Itaúsa setor financeiro; e além de nossas fronteiras, Adhemur Pilar, presidente do Flint Group Latin America.
Nossos alunos compõem os quadros de funcionários de empresas como Embraer e Voith. No setor automobilístico de competição, estão o engenheiro Gustavo Lehto, atuante na Stock-car, e Felipe Buscariolo, na Fórmula 1. As novas gerações de alunos têm o empreendedorismo como meta e atuam em empresas de renome e na área acadêmica em grandes instituições de ensino.
Essa característica generalista dos acadêmicos da EE/UPM se origina das atividades extracurriculares do curso de Mecânica/Mecatrônica, que oferece inúmeras oportunidades para que possam praticar suas habilidades e preferências por meio de projetos: Baja, Aero-design, projeto aeroespacial, nanossatélite, carro econômico e carro elétrico. Esse último, Campeão Brasileiro desde 2019 na categoria protótipo da Shell Eco Marathon, top 10 das Américas de 2016 a 2019, e top 5 no Brasil, desde 2016. O curso conta com 40 alunos, 28 professores com titulação de doutor e 4 com titulação de mestre, possui 5 grupos de pesquisa com média de participação, ou publicações científicas de 10 por ano. Tudo isso só foi possível com a colaboração dos alunos e professores que fizeram e fazem parte dessa história.
Química
NTAI/Mackenzie
Thiago da Cruz Canevari.
Thiago da Cruz Canevari.
Fundado em 1971, e atualmente coordenado pelo professor Thiago da Cruz Canevari, os cursos de Química da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) começaram a ser estabelecidos na Escola Técnica Mackenzie, instalada em 1932, no qual oferecia inicialmente o Curso Técnico-Eletricista. O Curso Técnico de Química passou a ser oferecido em 1934, no qual, essa modalidade de ensino técnico, foi oficializada somente em 1942, por meio da publicação da Lei Orgânica do Ensino Industrial. Em 13 de janeiro de 1943 foram reconhecidos os cursos de Química Industrial, Eletrotécnica, Desenho Técnico e Edificação por meio do Decreto nº 11.307. Estes cursos contribuíam decisivamente com mão de obra especializada para o processo de industrialização que começava a ganhar força no estado e no país.
Com o passar dos anos e algumas reformulações, três cursos se mantiveram na Escola: Química Industrial, Eletrotécnica e o de Eletrônica. A grande procura para esses cursos ocorreu nas décadas de 1960 e 1970, em face do grande desenvolvimento industrial de São Paulo, que precisava de mão de obra qualificada, bem como a abundante oferta de vagas nos mais diversos segmentos da economia daquela época. Muitos dos estudantes do curso Técnico de Química Industrial continuaram seus estudos, optando pelas Engenharias da área da Química, a fim de obterem maiores atribuições profissionais, que eram concedidas, tanto pelo Conselho Regional de Química (CRQ) quanto pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura (CREA).
Para atender os estudantes egressos do Curso Técnico de Química Industrial que procuravam um curso superior de bacharelado em Química, a UPM decidiu instalá-lo em 1971. A idealização e organização do curso de Química foi capitaneada pela professora Aurora Albanese, doutora em Química pelo Departamento de Química Fundamental da Universidade de São Paulo e chefe do Departamento de Química na Faculdade de Filosofia da Faculdade de Ciências Exatas e Experimentais. Nessa época, os cursos na UPM eram anuais e os alunos aprovados no vestibular do curso de Química faziam as disciplinas da primeira série do ciclo básico junto com os estudantes de Engenharia Química. Em 1974, o Curso de Química foi reconhecido pelo Decreto nº 78.890, publicado no Diário Oficial da União em 06/12/1976.
Em 1980 o Curso de Química passou a fazer parte da Faculdade de Letras e Educação, no qual, posteriormente, mudou sua nomenclatura para Faculdade de Ciências Biológicas, Exatas e Experimentais oferecendo os cursos de Biologia, Física, Matemática e Química. Em agosto de 2006, foi criado o Centro de Ciências e Humanidades que passou a oferecer os cursos de Física, Filosofia, Matemática, Pedagogia e Química. Em 2006, a Faculdade de Ciências Exatas e Experimentais foi extinta e o Curso de Química passou a integrar o novo Centro de Ciências e Humanidades (CCH) juntamente com os cursos de Pedagogia, Filosofia, Física, Matemática. Por fim, em 2012, os cursos de Química passaram a fazer parte da Escola de Engenharia, contribuindo para a formação de profissionais com excelência técnica, integrando ensino, pesquisa e extensão aos princípios de desenvolvimento sustentável.
Atualmente, os cursos de Química são oferecidos nas modalidades de licenciatura, bacharelado e bacharelado com opção tecnológica, o qual apresenta alta empregabilidade, sendo considerado o melhor curso de Química, entre as universidades não públicas e ocupando a 13ª posição entre todas universidade do Brasil, de acordo com o RUF (Ranking Universitário da Folha). Em 2019, foi implementada a linha de Química Aplicada, no Programa de pós-graduação em Engenharia de Materiais e Nanotecnologia, aumentando ainda mais as oportunidades dos alunos se especializarem e se tornarem profissionais altamente qualificados. Além disso, os cursos de Química apresentam uma excelente infraestrutura, com laboratórios e equipamentos modernos, no qual os alunos frequentam e utilizam durante aulas experimentais, iniciação científica, trabalhos de conclusão de curso, projetos integradores e Liga Acadêmica. Tudo isso, faz com o que o egresso dos cursos possa atuar tanto na indústria química, como em instituições de ensino e de pesquisa, em empresas ou órgãos governamentais, entre outros, desempenhando um excelente trabalho.
Engenharia de Materiais
NTAI/Mackenzie
Renato Meneghetti Peres.
Renato Meneghetti Peres.
O curso de Engenharia de Materiais, o mais antigo da região metropolitana de São Paulo e que em 2022 completará 30 anos de sua criação, foi um dos mais recentes implantados na Escola de Engenharia. Sua origem remonta aos cursos de Engenharia Química e Engenharia Metalúrgica. Ele se originou da fusão dos departamentos de Química Aplicada e de Metalurgia. Em sua origem apresentava duas ênfases: Química (focada no estudo dos materiais poliméricos) e Metalúrgica (responsável pelo estudo dos materiais metálicos). Os profissionais graduados na modalidade Química, poderiam obter registro profissional tanto no CREA quanto no CRQ (Conselho Regional de Química).
A criação da Química, Química Industrial e Engenharia Química no Mackenzie, pelos registros documentais datam do ano de 1904. Alfred Cownley Slater (1875–1958), que possuía três títulos acadêmicos (Química, Geologia e Pedagogia) obtidos em Leeds, na Inglaterra, e membro da Society of Chemical Industry (Inglaterra), foi o principal responsável pela criação dos referidos cursos. O curso de Engenharia Química, o primeiro do Brasil, na Escola de Engenharia Mackenzie, foi criado em 1922 por Slater. O curso de Engenharia Metalúrgica foi criado em 1962. Em 1992, os departamentos de Química Aplicada e de Metalurgia foram fundidos, dando origem ao Departamento de Engenharia de Materiais.
Ao longo destes quase 30 anos, centenas de Engenheiros de Materiais foram formados na Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. “Muitos destes profissionais desenvolveram suas carreiras no exterior e outros tantos tornaram-se líderes em grandes empresas no Brasil e no exterior”, explica o coordenador da Engenharia de Materiais, professor Renato Meneghetti Peres. Ao longo desta história, vários profissionais enveredaram pela área de ensino, formando novos profissionais em instituições públicas e privadas no Brasil e no Exterior.
Uma característica do curso de Engenharia de Materiais é o seu DNA voltado à pesquisa. Esta característica é marcada pela participação de grande parte de seu corpo docente em programas de Pós-Graduação, o mais recente é o atual Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais e Nanotecnologia. Também é grande a participação do curso em eventos de divulgação científica e engajamento discente promovendo a integração entre a academia e a indústria. Dentre estes eventos destacam-se os Encontros de Engenharia de Materiais da UPM e mais recentemente a Mostra de Engenharia de Materiais e Nanotecnologia divulgando trabalhos desenvolvidos pelos alunos do curso em projetos de pesquisa na Universidade ou em parceria com a indústria.
Desde sua criação, os gestores do curso primam por oferecer aos seus alunos as melhores e mais recentes tecnologias para o desenvolvimento de suas pesquisas e formação acadêmica. Esta estrutura pode ser vista no amplo parque de equipamentos do curso que formam os Laboratórios de Caracterização e Processamento de Materiais, Processamento de Materiais Cerâmicos, Laboratório de Metalografia e Laboratório de Fundição que permitem ao discente conhecimento de processos produtivos e de caracterização dos materiais cerâmicos, poliméricos, metálicos, compósitos e os nanomateriais em suas mais diversas aplicações.
O curso de Engenharia de Materiais da Universidade Presbiteriana Mackenzie foi um dos pioneiros na introdução da nanotecnologia como um campo de estudo na formação do Engenheiro de Materiais permitindo ao seu aluno o desenvolvimento de pesquisas nesta área no Centro de Pesquisa de Grafeno e Nanotecnologias, o MackGraphe.
Nestas três décadas, grandes desafios foram enfrentados nesta área. Observamos a popularização da nanotecnologia e seu impacto na utilização dos materiais. Processos produtivos evoluíram e tornaram-se mais eficientes. Segmentos industriais, como o automobilístico, passaram por uma revolução e todos estes eventos foram construídos a partir da correta aplicação dos materiais. Atualmente os desafios ambientais se impõe pela necessidade do uso racional, eficiente e sustentável dos materiais e a necessidade do gerenciamento das condições para redução do volume de resíduos gerados e seu reaproveitamento. A tecnologia continuará impulsionando a Engenharia de Materiais e a infraestrutura do curso do Mackenzie e a qualidade de seu corpo docente e sua equipe técnica de laboratório participarão da formação de uma nova geração profissional que vai construir este futuro.
Engenharia de Produção
NTAI/Mackenzie
André Luis Helleno.
André Luis Helleno.
Criado em fevereiro de 2003 e atualmente coordenado pelo professor André Luis Helleno, o curso de Engenharia de Produção está estreitamente vinculado à história da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (EE/UPM). Desde seu início, a Escola de Engenharia, primeira instituição privada de ensino na área do Brasil, vem contribuindo com o desenvolvimento não apenas da cidade e do estado de São Paulo, mas de todo o país. A oferta do curso de Engenharia de Produção faz parte dessa contribuição, que embora mais recente, é tão sólida e significativa quanto a dos demais cursos de engenharia tradicionalmente reconhecidos da instituição.
Com uma sólida matriz curricular, o curso de Engenharia de Produção da EE/UPM, norteou-se por um olhar atento às significativas mudanças tecnológicas e de paradigmas organizacionais surgidas como respostas, flexíveis e de natureza sistêmica, às exigências de um mundo que passou a ser cada vez mais globalizado. A sua matriz já nasce, portanto, considerando o aperfeiçoamento e a inovação dos sistemas de produção de bens e serviços, com foco em ganhos de qualidade, flexibilidade e produtividade. Além disso, atenta aos aspectos éticos, ambientais, sociais e comportamentais das estruturas organizacionais, em contínua adaptação à nova realidade global.
A primeira turma de formandos, de 2007, foi composta por sete alunos de excepcional desempenho acadêmico e cujas trajetórias profissionais são e continuarão sendo fonte de orgulho para a instituição. Até o momento o curso já formou 29 turmas de Engenheiros de Produção. Uma característica marcante de sua história tem sido a formação, ao longo de seus quase 20 anos, de uma quantidade crescente de engenheiras, chegando em alguns momentos a representar 50% desses estudantes. São inúmeras histórias de sucesso acadêmico e profissional.
Apesar de duas décadas representarem um breve período histórico, a coordenação do curso, a direção da Escola de Engenharia e o corpo docente estão sempre atentos às transformações e tendências da sociedade e do mercado de trabalho a nível nacional e internacional. Isso possibilita antever as necessidades de reformulação do projeto pedagógico, visando a inclusão de conteúdos teórico-práticos atualizados e o desenvolvimento e aplicação de novas metodologias de ensino. Como resultado, o Engenheiro de Produção Mackenzista desenvolve competências e habilidades que incluem aspectos técnico-científicos e a resolução de problemas complexos e avançam na direção de uma essência humanista, com foco na ética, cidadania, empreendedorismo e liderança.
O atual projeto pedagógico do curso traz como inovação o ensino baseado em projetos temáticos que integram horizontalmente (no mesmo semestre) e verticalmente (entre semestres distintos) os conteúdos das disciplinas. Todo o ensino é desenvolvido com apoio de novas metodologias associadas a modernas infraestruturas, que permitem plena integração das aulas teóricas e práticas em um contexto de soluções de problemas reais do mercado de trabalho, que resultam no desenvolvimento do protagonismo e da autonomia do discente.
O curso é desenvolvido dentro de quatro áreas de concentração: Engenharia de Produto, Qualidade e Sustentabilidade; Engenharia de Processos e Gerência de Produção; Engenharia Organizacional; e Engenharia Econômica. Áreas estas que estão em constante transformação para atender às novas demandas da sociedade do século XXI. Temas como Economia Circular e Sustentabilidade; Internet das Coisas e Transformação Digital; e Análise de dados (Data Science) já fazem parte da formação e potencializam o destaque e a empregabilidade do Engenheiro de Produção Mackenzista junto ao mercado de trabalho.
Atualmente, o curso de Engenharia de Produção do Mackenzie está posicionado como uma das principais referências de ensino de engenharia no país, contribuindo para a excelência da Escola de Engenharia nestes 125 anos.
Pós-graduação em Engenharia
NTAI/Mackenzie
A Escola de Engenharia oferece dois programas stricto sensu em nível de mestrado e doutorado. O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Computação (PPGEEC) iniciou suas atividades em 2000; atualmente, desenvolve pesquisa nas seguintes áreas de concentração: 1) Telecomunicações, Fotônica e Nanotecnologia; 2) Sistemas Computacionais; e 3) Rádio Antenas e Aplicações Geoespaciais. O Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais e Nanotecnologia (PPGEMN) criado em 2016, motivado pela criação do MackGraphe, apresenta as seguintes linhas de pesquisa: 1) Nanomateriais com ênfase em grafeno, materiais 2D e nanocompósitos; 2) Materiais heterogêneos e compósitos; e 3) Química aplicada.
O PPGEEC possui nota 4 na classificação da CAPES e tem por objetivo geral formar mestres e doutores com capacidade de reflexão, investigação e atuação nos campos da docência, da pesquisa e da inovação tecnológica, buscando oferecer a seus egressos sólida formação profissional que os tornem capazes de atuar tanto no Ensino Superior quanto como pesquisador em institutos de pesquisa e empresas atuantes em áreas de Engenharia de Telecomunicações e de Computação.
O PPGEMN possui nota 4 na classificação da CAPES e está voltado para a área de Tecnologia e Desenvolvimento de Materiais, numa abordagem direcionada a pesquisas que correlaciona estrutura e propriedade dos materiais, como também seu processamento em escalas que variam de macro a nanométrica. Possui como principais diferenciais o corpo docente altamente qualificado, a infraestrutura e as ferramentas tecnológicas proporcionadas aos alunos para a plena atuação na solução de problemas industriais relativos ao descarte de materiais.
Ambos os programas possuem juntos um total de 27 docentes, sendo 13 com bolsa produtividade em pesquisa e 5 posicionados entre os 10 mil melhores da América Latina em rankings de produtividade científica, como o Alper-Doger Scientific Index (ADSI).
Conteúdo produzido pela Comissão de Comemoração dos 125 anos da Escola de Engenharia, com o apoio diretor da EE e coordenadores de curso: