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Com raízes na própria história do Protestantismo, a confessionalidade permeia de modo abrangente as atividades desenvolvidas pelo Mackenzie em todas as suas unidades.

Ao longo dos últimos anos, o Mackenzie não apenas acompanhou de perto as principais mudanças da educação no Brasil como também foi agente de uma série de inovações pedagógicas. Na raiz da Instituição está a fé cristã, uma vez que a igreja reformada tem, desde sempre, a missão de criar espaços educacionais em todos os lugares por onde venha a se expandir. Talvez o mais claro indicativo desse posicionamento esteja no próprio João Calvino, o teólogo francês que influenciou fortemente a Reforma Protestante e fundou, em 1559, a Academia de Genebra, atual Universidade de Genebra, na Suíça.

O casal George e Mary Ann Annesley Chamberlain, fundadores da Escola Americana — que deu origem ao que hoje é a Universidade Presbiteriana Mackenzie —, agregou essas influências ao modelo de ensino que implantaram. O que se vê hoje é uma proposta educacional que tem sua matriz na igreja reformada, calvinista, presbiteriana e também estadunidense. Ou seja, uma escola confessional, que não é restritiva, mas abrangente. Nela, a Bíblia tem lugar de destaque, mas não é exigida a conversão daqueles que ali estudam. Assim é até os dias de hoje: a liberdade religiosa era, aliás, o primeiro aspecto dessa nova proposta, mas a ela estavam atreladas as demais questões, como a ausência de discriminação no aspecto social.

Foi em 1998 que a instituição de ensino passou a ser gerida pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie, tornando-se assim a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). O reverendo Robinson Grangeiro, chanceler do Mackenzie, explica que a Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) recebeu a universidade como legado de seus instituidores estadunidenses, no processo conhecido como “nacionalização do Mackenzie”, após grandes lutas com grupos poderosos, interna e externamente, que tentavam retirar da IPB a condição de herdeira natural dos propósitos e da missão dos fundadores do Mackenzie. “Na escritura de doação lavrada no 7º Tabelião de Notas da Capital, as palavras consignadas foram: ‘Salvaguardar e preservar o patrimônio moral e material do Mackenzie, em benefício da fé evangélica e da obra presbiteriana’. Na linguagem do professor Marcel Mendes, em seu livro Tempos de transição, a nacionalização do Mackenzie e sua vinculação eclesiástica (1957–1973) resume-se a ‘dois verbos transitivos diretos, duas categorias de patrimônio, dois objetivos convergentes, uma única instituição: o Mackenzie’”.

Dessa forma, a IPB como associada vitalícia do Instituto Presbiteriano Mackenzie — mantenedor da universidade, dos colégios e hospitais do Mackenzie — exerce a bendita influência de manter o propósito missional original da Instituição, para que cumpra sua missão sem perder de vista sua natureza confessional, filantrópica e presbiteriana. “Nos momentos em que essa grande instituição precisa lançar âncoras, ou é necessário desfraldar as velas para navegação plena e é a IPB que aponta a Rocha, na qual o Mackenzie se sustenta, ou guia-se pelo Vento ‘que sopra onde quer e nos leva para onde quer’. A Rocha é Jesus. O Vento é o Espírito Santo. O Mackenzie só chega aos 150 anos de sua existência, inclusive superando a grande crise de covid-19, porque confia no seu legítimo dono e guia-se por sua segura direção. Cabe à IPB, por meio do Conselho de Curadores, e no dia a dia, pela gestão da Chancelaria, influenciar para que o Mackenzie nunca perca essa dependência de Deus”, declara Grangeiro.

Ao mesmo tempo, o Mackenzie, assim como outras instituições sociais, educacionais e de saúde fundadas em vários lugares do Brasil, permite à IPB servir ao próximo na sociedade brasileira, de forma ampla, conforme a cosmovisão cristã reformada. “A Reforma Protestante e seus desdobramentos até hoje é reconhecidamente o movimento no cristianismo que rompeu a barreira da falsa dicotomia entre sagrado e profano; desde então, tem proposto que, além da evangelização por meio de suas congregações e pastores, deve-se cumprir a missão de educar, cuidar da saúde e promover transformação social por meio de cidadãos bem formados e conscientes de seu papel no mundo como agentes do Reino de Deus. A Igreja serve à sociedade por meio do Mackenzie, que é mantido pelo IPB em seu propósito original, ainda que expandindo sua atuação e respondendo a novas demandas da sociedade”, declara o reverendo.

Respeito às diferenças

Ao longo de sua história de 150 anos, o Mackenziecontinua a ter grande respeito pelas diferenças. Hoje, mantida pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie, se configura em um verdadeiro complexo educacional; uma das principais preocupações da Instituição tem sido formar cidadãos com capacidade de discernimento, com critérios e condições de fazer a leitura do mundo em que vivem, a ponto de se sentirem aptos a intervir na sociedade da qual fazem parte.

O Mackenzie emprega mais de 1.400 professores, uma média de 2.100 funcionários e tem matriculados cerca de 45 mil alunos. Destes, pelo menos 20 mil têm algum tipo de bolsa de estudo, o que evidencia o rigor da Instituição quanto à vocação cristã e filantrópica que a rege desde seus primórdios. “Não somos uma instituição que vive para o lucro financeiro”, ressalta o chanceler.

Para ele, uma instituição confessional como o Mackenzie insere e envelopa sua atuação com motivações e propósitos diferenciados. Sua missão é: educar e cuidar do ser humano, criado à imagem de Deus, para o exercício pleno da cidadania, em ambiente de fé cristã reformada. “A nossa compreensão de quem é a pessoa que nós servimos, como indivíduo ou sociedade, é a de alguém possuidor de uma dignidade singular, independentemente de sua origem étnica, de sua filiação religiosa, segmento socioeconômico ou quaisquer outros critérios. Para nós, todos são criados à imagem de Deus”, diz Grangeiro. "‘Isto é Mackenzie’ significa que fazemos com excelência o que qualquer instituição de educação e saúde se propõe a fazer e deve cumprir esse propósito, ao mesmo tempo, que se reveste de uma missão divina para o ser humano, que se mantém atualizada há 150 anos”, concluiu.

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