Palavra do Chanceler

Tempo de relembrar,
avaliar e celebrar

Elemento decorativo
Robinson Grangeiro Monteiro

Robinson Grangeiro Monteiro, chanceler do Mackenzie

Foto: NTAI/Mackenzie

A cada fim de ano, as pessoas, que vivem em países de formação cultural, são envolvidas por sentimentos e atitudes de gratidão e alegria. Esse conjunto de emoções no imaginário coletivo, bem como na literatura e na publicidade, é chamado genericamente de “espírito natalino”, ainda que, infelizmente, outro espírito — o da secularização — rivaliza cada vez mais, sobretudo em sociedades pós-cristãs.

Do ponto de vista psicológico, um dos fatores que vetorizam esses processos emocionais e atitudinais passam pelo fato inconteste de que, nessa época do ano, ciclos coletivos estão sendo encerrados, ao mesmo tempo que novas etapas da vida estão às portas.

O Natal de Jesus é uma ocasião muito singular para relembrar, de modo muito mais intencional que nos demais dias do ano, que o real significado da celebração é que o “Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1:14).

Já se propôs, equivocadamente do ponto de vista histórico-teológico, que haveria um “Jesus histórico” diferente do “Cristo da fé”, ou seja, que o personagem histórico, seus companheiros e suas histórias não seriam comprovadamente reais, restando apenas a experiência subjetiva da fé nos ideais cristãos, independentemente da concretude histórica objetiva. E o questionamento da data correta do nascimento de Jesus em Belém da Judeia seria supostamente uma ponta de lança para questionar sua credibilidade histórica.

Todavia, para os limites dessa reflexão e sem descrer um milímetro sequer da historicidade de Jesus registrada nos Evangelhos dos primórdios da Igreja Cristã nos demais livros do Novo Testamento, é preciso afirmar que a discussão sobre a data exata é absolutamente irrelevante e inútil.

Jesus de Nazaré tem mais historicidade do que vários personagens tidos por inquestionáveis, porém o “espírito secular” da descrença e da morte sempre militou contra a fé cristã. Não é de hoje que Herodes, grandes ou pequenos tentam matar o redentor sem redenção, mas ele já afirmou que “Ninguém tira a minha vida de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai” (João 10:18).

De fato, o “espírito natalino” é o espírito que gerou Jesus no ventre da bendita virgem Maria, que desceu sobre Ele em seu batismo, que operou milagres, sinais e prodígios por intermédio dele e que o ressuscitou ao terceiro dia, após sua morte redentora.

Esse “espírito natalino” desceu no dia de Pentecostes para habitar em todo aquele que crê em Jesus Cristo como Senhor e Salvador de sua vida — por favor, não confunda filiação religiosa com experiência real de conversão — e que tem soprado ao longo de dois mil anos de história de fé, que expandiu a missão de evangelização, de educação confessional e de cuidados sociais e de saúde, inclusive por meio de instituições como o Mackenzie.

Por isso, é verdade também que esse “espírito natalino” é essencialmente o “espírito mackenzista”, que impulsiona o Mackenzie, por meio inclusive daqueles que dele não se apercebem, nem necessariamente entendem seu agir. É porque esse Espírito Santo é a terceira pessoa do Deus Triúno, aquele que, nas palavras de Jesus a um líder religioso chamado Nicodemus, é descrito como “o vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai” (João 3:8)

Nessa mesma perspectiva, um Ano-Novo, muito mais do que por superstições e idealizações da data, é uma oportunidade ímpar de avaliar seus valores, metas e prioridades, em consonância com o sentido de sua vida, conforme o propósito de Deus para cada ser humano. Por isso, se faz retrospectivas, avaliações e planejamentos mais amplos e profundos no limiar de um novo ano.

Nessa época, vale a pena refletir ainda mais sobre as implicações das recomendações do salmista: “Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade. Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará” (Salmos 37:3–5).

No mais, nossas orações a Deus se concretizam em forma de votos de um Natal abençoado com saúde, paz e harmonia e de um ano realmente novo com a presença diária de Jesus.

Mackenzie nas redes sociais

Portal do Mackenzie

Compartilhe esta página