Palavra do reitor

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Título: Isto é Mackenzie!
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Marco Tullio de Castro Vasconcelos

Marco Tullio de Castro Vasconcelos, reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Foto: NTAI/Mackenzie

A partir desta edição, vamos conversar sobre os diferentes tipos de cursos ofertados na Educação Superior brasileira, particularmente por uma instituição que é uma universidade comunitária, confessional, filantrópica, Mackenzie.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996, atualizada até 2021, em seu Capítulo IV, estabelece os cursos e programas que integram a Educação Superior. Assim, no inciso II do art. 44, encontram-se mencionados os “de graduação — abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo”. Dois pré-requisitos legais para o ingresso em um desses cursos: exigência de um processo seletivo, no qual a pessoa interessada, tendo concluído o Ensino Médio, deve ser classificada. No Brasil são bem conhecidos os vestibulares e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), promovido anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Dados importantes que constam na “Sinopse Estatística da Educação Superior 2020”, do Inep, divulgada no início deste ano, revelam que:

  • em 2020, eram 2.457 instituições de Educação Superior no país (públicas federais, estaduais e municipais, comunitárias e privadas), que ofertavam 41.953 cursos de graduação, incluindo bacharelados, licenciaturas e tecnológicos, presenciais e a distância;
  • eram 8.680.354 matrículas nessas graduações, das quais 3.765.475 ingressos, com pouco mais de 20 milhões de inscrições para as vagas disponíveis nos processos seletivos daquele ano.

Na Universidade Presbiteriana Mackenzie, havia 32.498 graduandos e 53 cursos, em 3 campi e em 57 polos (cursos a distância).

No Plano Nacional de Educação (PNE 2014–24), como parte da 12ª meta (de um total de 20), consta elevar para 33% a taxa líquida de matrículas na Educação Superior – graduação (população de 18 a 24 anos). Em 2020, segundo o Observatório do PNE, a taxa estava em 23,8%, uma porcentagem considerada tímida, quando comparada aos países da OCDE, por exemplo. O cumprimento da meta proposta não soa viável.

É comum assumir que os cursos de graduação devem preparar aqueles que neles estudam para um exercício profissional específico (como administradores, advogados, arquitetos, engenheiros, médicos, professores, psicólogos, publicitários). De fato, tanto as Diretrizes Curriculares Nacionais como os Projetos Pedagógicos de cada curso preveem isso. A própria LDB deixa isso evidente, no inciso II do art. 43, como uma das finalidades da Educação Superior. Contudo, em se tratando de um mundo VUCA (ou seja, volátil, incerto — do inglês uncertain —, complexo e ambíguo) ou, como proposta mais recente, um mundo BANI (que significa frágil — em inglês brittle —, ansioso, não linear e incompreensível), em que se estima que 85% dos trabalhos, na próxima década, serão novos ou terão novas configurações (segundo estudo realizado pelo Institute for the Future – IFTF, encomendado pela Dell Technologies), deve-se ter uma visão mais alargada.

Com frequência faz-se menção às chamadas soft skills (ou habilidades socioemocionais), como indispensáveis no mundo do trabalho do terceiro milênio. Também não tem sido incomum ler e ouvir sobre processos de “desumanização” em vários contextos de trabalho, com destaque para gestores, em diferentes níveis na hierarquia de organizações públicas, privadas e do terceiro setor. Logo, o processo de ensino-aprendizagem na graduação não pode se limitar a uma sucessão de conteúdos estritamente técnicos, sem levar em conta as necessidades da sociedade e as múltiplas relações humanas envolvidas tanto no mundo do trabalho como fora dele. Retomando a LDB, no artigo já citado, há um total de oito incisos, dos quais cinco emergem aspectos ligados à criação e à difusão cultural, ao seu desenvolvimento. Em três deles registram-se a extensão universitária e a prestação de serviços à comunidade.

Na UPM, cuja finalidade é o exercício pleno da cidadania, trata-se de um compromisso com uma formação bem mais abrangente: egressos dos cursos de graduação, preservada a alta taxa de empregabilidade, que tenham aprendido a aprender, uma aprendizagem orientada por reflexão permanente, e que, com isso, mantenham interesse em continuar a estudar e se desenvolver; logo, que consigam “reinventar-se” em uma mesma profissão ou migrar para outros desafios, muitos dos quais nos são hoje desconhecidos. Sempre com atenção e respeito às pessoas, com atuação pautada por princípios ético-morais inegociáveis. Nossos 70 anos como Universidade e mais de 125 com atuação na Educação Superior, com muitos milhares de egressos, constituem lastro que nos autoriza olhar para os próximos anos com expectativa positiva de que a missão institucional continuará a ser cumprida, com fidelidade.

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