As redes sociais ganharam um papel fundamental em nossas vidas. É por meio delas que podemos manter contato com parentes, amigos e, em alguns casos, até mesmo encontrar alguém que pode mudar nossas vidas, seja oferecendo um apoio material ou filantrópico. Este foi o caso de Bernardo, de apenas 1 ano e 7 meses, que teve seu destino mudado graças à ajuda que recebeu de um dos médicos do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), administrado pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie.

Percorrendo as redes sociais, o neurocirurgião do HUEM, Thomas Marcolini, viu uma das postagens com fotos e vídeos publicada pelos pais do menino, Diogo e Mirielen, moradores do município de Mangaratiba (RJ). Em decorrência de uma complicação no parto, Bernardo sofreu uma lesão no plexo braquial. A consequência foi a perda nos movimentos do lado esquerdo no ombro, braço e mão.

Ainda aos 3 meses de vida, ele passou por uma cirurgia para reverter o problema, mas o resultado não foi o esperado. Os pais do menino, Diogo e Mirielen, costumavam compartilhar fotos e vídeos nas redes sociais. E foi assim que o doutor Marcolini soube do caso e se dispôs a ajudar. “Ofereci a eles uma teleconsulta, sem compromisso, para eu poder ver o menino e avaliar melhor o caso”, relata.

Especialista em cirurgias de nervos periféricos, o médico do HUEM explicou aos pais do menino que, apesar de pequenas, havia chances de reabilitação com o procedimento cirúrgico. “Pensamos no futuro do Bernardo e, se ele tivesse pelo menos 1% de chance de recuperação, já valeria a tentativa”, conta Mirielen.

De novo, as redes sociais ajudaram o casal na arrecadação de recursos, por meio de uma vaquinha on-line, além do apoio de familiares e amigos. Em julho de 2021, a família chegou a Curitiba para a tão sonhada oportunidade de devolver os movimentos do braço para o filho. Foram dois dias de procedimento pelo SUS no centro cirúrgico do HUEM, totalizando 16 horas.

“Foi uma cirurgia complexa e delicada. Nas primeiras 8 horas trabalhamos a renervação do ombro; e no dia seguinte mais oito horas quando fizemos a renervação do cotovelo e da mão”, explicou o doutor Marcolini. “Em seis meses, ele apresentou significativa melhora. Antes ele não reconhecia o braço como um membro do corpo dele. Após a cirurgia, isso mudou. Hoje, nós pedimos para ele fechar a mão, ele fecha, ele puxa, ele segura objetos. O cérebro aceitou o membro como dele e isso faz toda a diferença”, acrescenta o neurocirurgião.

Morando no município de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, para acompanhar o pós-cirúrgico e a fisioterapia do filho, o casal não esconde a felicidade de ver os progressos que ele fez. “Nós nos alegramos em cada movimento do Bernardo, ele é a alegria da nossa casa. Poder vê-lo assim, não tem preço”, destaca Diogo. “Quando vimos ele mexer o braço pela primeira vez, eu só conseguia chorar. Uma emoção inexplicável”, conta Mirielen, que também tem Diego, de 8 anos, e Theo, de 3.

Os pais de Bernardo elogiam o atendimento dedicado que receberam no HUEM durante os 15 dias que o garoto ficou internado. Mirielen acredita que nada é por acaso. “Para mim não tem coincidência, tudo tem um propósito. Deus colocou o doutor Thomas em nossas vidas, ele foi uma bênção para nós. Sabemos que a recuperação é lenta, mas estamos muito felizes com o resultado das cirurgias. Nunca perdemos a esperança e somos gratos pelas pessoas que nos ajudaram a chegar até aqui”, salienta.