Fotos: NTAI/Mackenzie

Acervo do Centro Histórico e Cultural Mackenzie foi transferido para novo edifício do campus Higienópolis; Prédio 1, patrimônio histórico do Estado, será restaurado

Fundado há 24 anos, o Centro Histórico e Cultural Mackenzie (CHCM) é o principal guardião da memória da Instituição. As instalações do CHCM no Edifício Mackenzie, conhecido como Prédio 1, sempre estiveram em sintonia com esse espírito. Afinal de contas, trata-se da edificação mais antiga do campus, erguida entre os anos de 1894 e 1896 para abrigar a Escola de Engenharia. A mudança para um novo prédio no campus Higienópolis, no entanto, se fez necessária. No ano passo, o CHCM passou a ser vinculado à Chancelaria do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM). Com as novas instalações da Chancelaria, no Prédio 50 do campus, o CHCM teve seu acervo transferido para a nova casa. Além disso, a obra de infraestrutura urbana no entroncamento entre as ruas Maria Antônia e Dona Veridiana, a poucos metros do Prédio 1, causou uma leve inclinação no edifício centenário. “Nós tivemos um rebaixamento do lençol freático e isso causou um recalque de solo, o que provocou a inclinação. A carga do acervo criava uma tensão ainda maior sobre essa estrutura”, explica Eduardo Abrunhosa, coordenador do CHCM.

Nos próximos meses, o Prédio 1 começará a ser restaurado para garantir sua integridade. Após as obras, o espaço será mantido como centro cultural do IPM. A agenda de exposições artísticas e históricas, recitais de música, eventos culturais diversos e visitas guiadas pela área histórica do campus, que já eram realizadas anteriormente, terá continuidade e intensificação. Enquanto isso, o CHCM, em seu novo espaço, mantém suas atividades de conservação do acervo da Instituição e pesquisa. “Com a experiência adquirida durante a pandemia de covid-19, fizemos algumas adaptações em nosso atendimento, a fim de garantir um acolhimento remoto, por meio daqueles documentos que já se encontram digitalizados e podem, por ventura, ser disponibilizados aos pesquisadores”, afirma Karina de Barros, técnica de acervo do CHCM.

Mudança do acervo

O CHCM guarda um acervo de milhares de itens, entre fotos, livros, documentos da instituição, gravuras e objetos. Todos estão catalogados e acondicionados para garantir sua integridade física. A transferência dos materiais para o novo espaço foi um processo complexo e delicado, proporcional à dimensão e às particularidades do acervo. A tarefa foi planejada e executada pela equipe do CHCM com suporte da Equipe de Apoio do Mackenzie, e o projeto de adequação dos espaços que foram ocupados pela área técnica do CHCM no Prédio 50 ficou sob a responsabilidade da Coordenadoria de Projetos do Mackenzie (CPROJ). O planejamento para a mudança teve início em março de 2020, e, por conta da pandemia, as etapas operacionais e presenciais ocorreram em regime de escala, entre junho de 2020 e janeiro de 2021. “Esse período acabou sendo ideal para realizar a movimentação do acervo, em razão da pouca circulação de pessoas no campus. Todo o trabalho realizado sob orientação da equipe técnica do CHCM obedeceu às melhores práticas de manuseio para as particularidades do acervo”, diz Karina.

A consulta ao acervo do CHCM continua aberta. Além da consulta remota a documentos digitalizados, já é possível solicitar idas presenciais ao instituto. “Em casos mais específicos, que exijam a investigação dos documentos que ainda não foram digitalizados, é possível fazer o atendimento presencial. Para isso, temos alguns cuidados que precisam ser respeitados, que envolvem restrições no número de pessoas recebidas, por questões de espaço físico e de medidas protetivas”, explica a técnica do acervo.

Fotos: NTAI/Mackenzie

Reforma do Edifício Mackenzie e planos

Desde a década de 1990, o Edifício Mackenzie é patrimônio histórico e cultural de São Paulo, tombado pelos órgãos de preservação estadual, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT), e municipal, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP). Entre os anos de 2001 e 2004, a edificação foi restaurada e adaptada ao seu novo uso como centro cultural.

Em razão do tombamento, o projeto para a nova reforma precisa ser submetido e aprovado pelos órgãos de preservação — etapa em andamento, com expectativa para finalização no início de 2022. “Falamos aqui de um edifício tombado e reconhecido pelos órgãos competentes por seu valor histórico e arquitetônico para o estado de São Paulo, e por isso a responsabilidade da Instituição em manter a integridade desse patrimônio. O edifício já passou por um restauro no início dos anos 2000 e ao longo dos anos vem sofrendo com as ações do tempo que atingem seu estado de conservação. Também se faz necessária a modernização dos sistemas já obsoletos, como iluminação, ar-condicionado e instalação de sistema de som ambiente. Todas essas melhorias visam atender a novas propostas de uso para o edifício, possibilitando receber mais e adequadamente o público visitante”, explica Karina. A principal intervenção será o reforço estrutural seguido do restauro do madeiramento (portas, janelas, pisos etc.), a modernização dos sistemas de ar-condicionado e do elevador, a revisão elétrica e hidráulica e a readequação do uso de alguns espaços.

Após a reforma, o Prédio 1 continuará com protagonismo na programação cultural mackenzista. “Nossa intenção é fazer com que esse edifício fique cada vez mais voltado às ações de caráter cultural, como exposições, simpósios, atividades musicais etc. Que a partir daqui isso se irradie pelo campus, ocupando outras áreas também”, diz Abrunhosa. O reverendo Robinson Grangeiro Monteiro, chanceler do Mackenzie, reforça a importância do trabalho realizado pelo CHCM. “O Centro Histórico e Cultural é o coração da identidade do Mackenzie. Aqui temos a história, a tradição e a memória. A cultura mackenzista foi aumentada por meio do Edifício Mackenzie, que hoje é o mais antigo do campus e que tem uma história muito rica”, diz. Segundo o chanceler, as atividades do CHCM devem ser destinadas inclusive para além do campus. “Queremos que o CHCM se torne um centro cultural para a cidade de São Paulo. E, consequentemente, que o Mackenzie possa servir ainda mais a comunidade, por meio dos eventos culturais no Edifício 1 e da disponibilização do acervo no prédio 50”, assinala.

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