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Jornalismo e mídias sociais em debate no Mackenzie

Semana da Comunicação discute qual será o papel do jornalista no ambiente digital

17.09.201918h00 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Jornalismo e mídias sociais em debate no Mackenzie

O impacto e a utilização das mídias sociais e outras tecnologias no meio jornalístico foi tema da discussão, na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), durante a palestra O Universo daReportagem, que reuniu os jornalistas Heródoto Barbeiro, da Record, e Raquel Landi, da Folha de S.Paulo, nesta terça-feira, 17 de setembro, no campus Higienópolis, como parte da programação do XIV Encontro de Comunicação e Letras. 

“A tecnologia não é para se resistir, é para se aproveitar”, disse Raquel Landim. A jornalista contou um pouco da sua experiência na produção de livro-reportagem investigativo que, de acordo com ela, permite que se aborde mais as emoções das personagens. “No jornalismo investigativo, nada substitui o contato pessoal e a entrevista frente a frente. Mas mídias ajudam mais na apuração mais rápida”, declarou.

Já Heródoto Barbeiro contou um pouco de como ajudou a introduzir ferramentas digitais no telejornal em que é editor. O experiente jornalista chamou de “jornal multiplataforma”, em que as notícias se misturam com memes, participação dos telespectadores, e após o encerramento do programa, começa-se uma transmissão virtual em que são lidos comentários sobre o jornal.

“Estamos na quarta fase da Revolução Industrial, e ela está revirando diversos setores da sociedade, entre eles, o jornalismo. Ele é responsável por quebrar as grandes redes mundiais de comunicação. Ela pulverizou a comunicação e colocou na mão das pessoas um instrumento que é mais do que um receptor, é um emissor. Acho que vai haver um aprofundamento da democracia e da difusão de ideias de opiniões”, pontuou Barbeiro.

Para o professor de Jornalismo da UPM, Vanderlei Dias, trazer os jornalistas para conversar com os estudantes é uma forma de fortalecer a profissão, neste contexto de ampla utilização das mídias sociais. “São jornalistas que passaram por várias fases do jornalismo e que dão valor à profissão. Eles acreditam que independentemente da forma, do veículo e do meio, o jornalismo sempre existirá. Essa troca com os alunos é fundamental para fortalecer o jornalismo”, argumenta.

Mentiras

Ao comentar sobre a utilização cada vez mais massiva das redes sociais, o debate passa pela questão das fake news, notícias mentirosas que muitas vezes são utilizadas para fins políticos. Para Barbeiro, isto não é um fenômeno novo. “Sempre existiu, porém a plataforma era diferente” disse, ao citar fatos históricos em que inverdades foram parar nos jornais, como o Plano Cohen, de Getúlio Vargas.

“Não se pode usar essas plataformas para disseminar fake news, isso é um risco para a democracia. A desinformação é um perigo grande. A resposta nunca é censurar, mas sim abrir para um debate”, concordou Raquel.

Função social

Neste cenário, em que as fake news são cada vez mais utilizadas, o papel do jornalista se torna mais necessário, mesmo em um ambiente em que a disseminação de notícias depende cada vez menos dos grandes veículos de comunicação. “O jornalista sabe que não importa em que plataforma, o jornalismo tem compromisso com o interesse público”, afirmou Barbeiro. 
O jornalista seria o responsável por disseminar informação quando houvesse desinformação, e também por diferenciar o que é verdade daquilo que não é, por meio da apuração. “O papel do jornalista é sempre informar, ontem, hoje e amanhã”, concluiu Raquel, indicando iniciativas de combate às fake news.