A Ciência e a Informação em tempos de Pandemia

Debate entre professor do Mackenzie e cientista da OPAS demonstra a importância dos dois assuntos para a atual crise do coronavírus

25.06.202018h57 Comunicação - Marketing Mackenzie

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A Ciência e a Informação em tempos de Pandemia

A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) realizou, na quarta-feira, 24 de junho, um encontro on-line que discutiu a importância dos estudos científicos e da divulgação de informações durante a atual pandemia do coronavírus. O webinar O Papel da Ciência e da Informação de Qualidade em Tempos de Epidemia e Pandemia contou com a presença do diretor assistente da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa da Silva Júnior, e do professor de Direito Eleitoral da UPM, Diogo Rais. O vídeo está disponível no YouTube.

O diretor assistente da OPAS afirmou que a atual pandemia do coronavírus não possui antecedente histórico nos últimos 100 anos, e que, por conta da velocidade com que o vírus se espalhou, houve uma necessidade de integração e agilidade por parte de cientistas em todo o mundo. Tal fato contribuiu para que muitas perguntas sobre o comportamento do vírus fossem rapidamente respondidas. 

“Nós avançamos muito no conhecimento do vírus, em todas as áreas de conhecimento, aprendemos melhor como, por exemplo, sobre grupos de maior vulnerabilidade. Outras coisas precisam de mais tempo”, afirmou Silva Júnior. Para o cientista, muitas perguntas levarão muito tempo para serem respondidas, pois não existe tecnologia capaz de medir determinadas situações como, por exemplo, o tempo que dura a imunidade à covid-19.

Além disso, o diretor da OPAS afirmou que também não existe precedente histórico para a quantidade de trabalhos publicados em torno da pandemia. “Existe um esforço de instituições acadêmicas no mundo inteiro trabalhando, e a velocidade e quantidade de produção de conhecimento é muito grande. Talvez seja o maior esforço que a gente já viu para uma doença”. Ele também declarou que a OPAS, juntamente à Organização Mundial da Saúde (OMS) mantém um trabalho apurado para verificarem as evidências científicas e manterem os estudos com boa qualidade. 

Já o professor Diogo Rais demonstrou como o fenômeno das fake news pode ser semelhante à própria pandemia, já que, assim como o coronavírus, uma notícia falsa se espalha muito e numa velocidade muito alta. “A primeira vista, as fake news não parecem ser letais ou perigosas, podem até ser vistas como piada de mal gosto. Mas o fenômeno da desinformação on-line se espalha na mesma velocidade e também podem provocar certa letalidade”, declarou o mackenzista. 

O docente ainda ressaltou que o estudo da desordem informacional é plural e multidisciplinar. Para Rais, nos estudos jurídicos, deve ser ressaltada a questão do dano. “A mentira, isoladamente, não é objeto do Direito. O que legitima o Direito a entrar nessa questão é a mentira aliada ao dano ou ameaça de dano, e ao dolo, configurado como a vontade de enganar”, afirmou o professor.   

O reitor da UPM, Marco Tullio de Castro Vasconcelos, marcou presença no evento on-line e afirmou que a discussão sobre informação e ciência de qualidade é importante, pois pode trazer paz em tempos incertos. “Estamos todos mudando nossa forma de trabalhar e de viver e a ciência é importante porque precisamos ter seriedade para que a verdade impere”, declarou o reitor.