A importância da Prospectiva Tecnológica na competitividade das empresas

*Marcello José Pio

23.09.201917h00 Comunicação - Marketing Mackenzie

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A importância da Prospectiva Tecnológica na competitividade das empresas

Os estudos de prospectiva tecnológica buscam, principalmente, identificar, em um determinado horizonte temporal, áreas potenciais de PD&I, bem como novas tecnologias que poderão se difundir em determinados mercados ou segmentos econômicos. Vale lembrar que o desenvolvimento tecnológico é fundamental para a sobrevivência das organizações, e traz não só a possibilidade de se criarem novas oportunidades de negócio, mas também para avaliar o tempo de vida útil de determinadas tecnologias. Esta última atividade é considerada um fator fundamental para o processo de gerenciamento tecnológico. 

 

O interesse pelos estudos de prospectiva tecnológica por empresas e organizações tem crescido nos últimos anos devido principalmente: 

·     Ao aumento da concorrência comercial e econômica devido ao processo de globalização, fazendo com que o foco passe a ser a inovação de produtos e processos e o oferecimento de serviços baseados em conhecimento; 

·        Ao contingenciamento cada vez maior dos gastos públicos. A necessidade de se priorizar os investimentos tem feito com que os governos busquem aqueles que realmente são de interesse para o país;

·    À mudança no modelo de produção industrial. A descentralização de comando, aliada à necessidade de aproximação entre os atores que compõem uma cadeia produtiva, tem feito com que as empresas e organizações se voltem para os processos de conhecimento e aprendizagem. Isto faz com que haja uma maior preocupação com o planejamento de longo prazo e com as demandas futuras; 

·         À mudança no escopo e no processo de geração do conhecimento, que é produzido por meio da comunicação, redes de inter-relacionamentos, parcerias e cooperação entre pesquisadores e usuários. 

As mudanças tecnológicas podem ser vistas como uma resposta às várias forças que orientam as demandas globais. Estas forças podem ser de natureza política, social e econômica. Contudo, identificar as possíveis mudanças tecnológicas em um determinado horizonte de tempo não é tarefa das mais fáceis. Esta identificação passa por pelo menos dois pontos básicos: 

·     Identificação das oportunidades: No passado, as tendências eram vistas de forma extrema, desde o otimismo exagerado até o pessimismo fatalista. Atualmente, a busca das oportunidades necessita ter apoio de análises interativas que visam, se não eliminar, pelo menos diminuir as tendências mais subjetivas e, consequentemente, mais incertas. As organizações devem trabalhar com critérios de seleção de informações e utilizar equipes multidisciplinares para determinar as tendências mais prováveis. 

·Percepção do risco: É na percepção do risco envolvendo as novas tecnologias que se estruturam os ganhos e possíveis perdas na aplicação de determinada tecnologia. Devido aos riscos em uma mudança tecnológica irreversível serem geralmente descontínuos e distantes no sentido espaço-tempo, não existe, por parte da maioria das organizações, privadas ou governamentais, um processo sistemático de avaliação tecnológica de longo prazo. Esta visão de curto prazo pode ser explicada pela própria estrutura econômica capitalista, em que a busca pelos ganhos tende a ser cada vez mais rápida.

Baseado no que foi visto acima, pode-se afirmar que as decisões relacionadas ao desenvolvimento e compra de novas tecnologias são decisões de negócios e devem ser gerenciadas como tais. Não se deve esquecer que os tomadores de decisão estão mais preocupados com o impacto que uma dada tecnologia tem sobre os rumos dos negócios no futuro, do que com a evolução de tais tecnologias. 

Sob este ponto de vista, os gerentes de tecnologia e estudiosos do assunto devem buscar desenvolver e empregar ferramentas que considerem o efeito do dinamismo das mudanças tecnológicas sobre o “chão-de-fábrica” das empresas ou organizações.

Os estudos de prospecção tecnológica são desenvolvidos por meio de uma variedade de métodos, os quais são usados para determinar e avaliar o desenvolvimento de tecnologias, assim como o de tecnologias já estabelecidas, e seus respectivos impactos sobre a economia, o ambiente e as estruturas sociais. Mesmo que nenhum método, em específico, possa eliminar as incertezas sobre o futuro, um processo estruturado no qual se consiga identificar possíveis futuros tecnológicos pode ser de grande ajuda para a tomada de decisão tecnológica. Para que isto ocorra, é necessário avaliar não somente o componente tecnológico, mas também as aplicações no mercado e as interações tecnologia/mercado.

Marcello José Pio é doutor em Ciências e Integrante do grupo de pesquisa em Estudos de Futuro da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília – NEP-Mackenzie.

 

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Assessoria de Comunicação

Mackenzie - Unidade Brasília

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Rafael Querrer 

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