O “Capital Moral”, obra do professor Roelof “Roel” Kuiper, que leciona “Filosofia Política Social” na Universidade Livre de Amsterdã, “Filosofia Reformacional” na Universidade Erasmus de Roterdã e “Questões Sociais” nas Universidades Christelijke Hogeschool Ede e Gereformeerde Hogeschool Zwolle, será tema de palestra ministrada por ele no auditório da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília (FPMB), na próxima segunda-feira, dia 4 de novembro, às 19h30. A participação é gratuita e aberta ao público.
No livro, Roel analisa o desenvolvimento do pensamento moderno e demonstra o que uma abordagem cristã-filosófica pode oferecer para questões mais urgentes da sociedade moderna. O autor apresenta uma perspectiva sociológica e cultural sobre o atual momento de “desconexão” da população ocidental, provocado, segundo ele, pelo utopismo - que projeta para o futuro as esperanças e o cuidado com o mundo -, pelo engrandecimento da técnica - que influencia as relações humanas, dando-lhes um viés mecanicista - e também pelo que chama de “desvios emocionais do homem moderno”.
Partindo dessas premissas, o professor demonstra como a noção de contrato social, na visão dele uma alternativa secularizada e reduzida do ideal de “pacto”, necessariamente conduz ao esfacelamento das relações de uma sociedade e ao crescimento da suspeita ou indiferença entre seus membros, desgastando, assim, o capital moral - segundo o acadêmico, imprescindível a todas associações e instituições humanas.
Dialogando tanto com a tradição reformada quanto com o liberalismo e comunitarismo modernos, Roel dá continuidade, a seu próprio modo, a uma abordagem já iniciada por nomes como Daniel F.M. Strauss, filósofo sul-africano que é considerado o maior especialista do mundo na teoria dos aspectos modais, uma das principais características do pensamento do filósofo holandês, e Michael Walzer, filósofo político norte-americano, professor do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, oferecendo um sóbrio diagnóstico da atual crise das sociedades democráticas e liberais.