O Protagonismo do ensino online na educação superior em um contexto de pandemia

09.06.202017h40 Comunicação - Marketing Mackenzie

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O Protagonismo do ensino online na educação superior em um contexto de pandemia

Professora Virgínia Aguiar*

O ensino online foi a alternativa encontrada durante o período da pandemia da COVID-19 para que as Instituições de Ensino Superior – IES continuassem cumprindo o conteúdo curricular programado para o presente semestre letivo.  Todas as IES do país suspenderam suas aulas presenciais, transformando-as em aulas remotas, utilizando recursos digitais de ensino e aprendizagem, que logo conquistaram o devido protagonismo pela sua importância em um contexto de grandes restrições, por que não dizer, de impedimento   quanto à utilização do ensino presencial por conta da pandemia.  

Ao assumir o protagonismo, o ensino remoto estimula a aprendizagem de forma diferente, representando, para muitos, uma nova experiência no processo de ensino e aprendizagem, impondo atividades educacionais até então impensáveis para muitos docentes e alunos. Com novos recursos tecnológicos como videoaulas, materiais de leitura, jogos virtuais, apresentações, lives e outros, abriu-se um novo leque de possibilidades no processo educacional, reduzindo o distanciamento temporário entre docentes e discentes. Nesse contexto de desafios, os professores têm tido papel relevante, procurando se adaptar a essa nova realidade, estimulando a aprendizagem, buscando diversificar cada vez mais suas atividades e, ainda, dando suporte remoto aos seus alunos. Mesmo com as limitações técnicas de muitas IES, e as inerentes dificuldades para muitos docentes, o ensino online se tornou imperativo em um cenário de distanciamento social e fechamento provisório de Escolas e Instituições de Ensino Superior públicas e privadas no país.

A grande maioria das IES, sobretudo do setor privado, está se adaptando de forma surpreendente à nova realidade de ensino online, em um momento que exige respostas ágeis e inéditas. É o caso da Faculdade Presbiteriana Mackenzie - Brasília, e de muitas outras IES, principalmente do setor privado, que já valorizavam a educação a distância e, portanto, já acumulavam experiências nessa modalidade de ensino.  

Por outro lado, há de se considerar que os desafios para muitos docentes não se resumem apenas aos aspectos de ordem tecnológica, pelo fato de terem que aprender a adaptar suas aulas presenciais para a modalidade remota. O problema da adaptação do professor vai bem além das dificuldades tecnológicas enfrentadas o que, por si só, não é nada trivial. 

Adicionalmente, além da consciência de que precisa aprender novos conhecimentos tecnológicos, o maior desafio para o professor é de ordem atitudinal, pois exige uma postura criativa de trabalho em cooperação com outros colegas, e de maior compreensão da necessidade de mudança de postura do aluno, acostumado a uma certa passividade no ensino presencial. A metodologia de ensino on-line exige, portanto, uma maior atenção para com o discente que estará diante de um novo modelo de aprendizagem que exige do mesmo maior disciplina, empenho e pró-atividade para que haja o aproveitamento esperado. No novo modelo, é exigido um maior protagonismo do aluno se comparado com o observado no processo de aprendizagem presencial. Soma-se a isso o fato de que, para muitos, haverá desigualdades de condições, com internet limitada e dificuldades inerentes ao perfil de muitos alunos quanto à necessidade de tutela permanente na realização dos trabalhos acadêmicos.

Mas, quais seriam outros grandes desafios da educação superior frente a um contexto de crise? Como o ensino remoto, que se torna protagonista em um período de pandemia, impactará o nosso futuro?

Mesmo finda a pandemia, ao ser retomado o processo de ensino e aprendizagem presencial, muito haveremos de ter aprendido quanto a importância do ensino on-line, como complementar ao presencial pela utilização de ferramentas tecnológicas de informação e comunicação. Contudo, os novos desafios a serem enfrentados passam pela necessidade de um profundo planejamento das IES, públicas e privadas, quanto ao desenvolvimento de estratégias de motivação dos alunos para o ensino remoto, diversificando as experiências de aprendizagem, quanto ao fazer diferente, à reinvenção do papel da sala de aula e ao diálogo professor e aluno. 

Igualmente, se fará necessária a implementação de ações específicas que motivem o corpo docente, quando do retorno à normalidade, para a devida continuidade do uso do ensino on-line. Destaca-se, a adoção institucional de novas plataformas de ensino, de pacotes para o acesso a internet e a ampliação da segurança digital. Assim, a implantação das condições adequadas deve ser buscada não só para que se ofereça um serviço remoto de qualidade, mas que produza a necessária motivação para os novos desafios. A capacitação docente, por outro lado, deve ser uma constante, com iniciativas de formação continuada dirigida às necessidades, com treinamentos relacionados ao uso dos recursos tecnológicos e de novas metodologias no processo de ensino-aprendizagem com foco no ensino remoto.

Adicionalmente, novas políticas públicas, normatizações e regulamentações, devem ser levadas em consideração que contribuam para a devida valorização do ensino on-line como auxiliar ao ensino presencial, caracterizando um novo processo de ensino e aprendizagem híbrido, em substituição ao ensino tradicional.  

O planejamento do retorno às aulas deve ser com um olhar para o futuro quanto à preparação para os impactos inevitáveis e às mudanças no processo de ensino e aprendizagem nos cursos presenciais.  Não deverá ser restrito ao pensar constante quanto ao conteúdo, mas se estender para além deste. Ganham espaço os aspectos metodológicos quanto ao uso de recursos de tecnologia de informação e comunicação e, assim, desenvolver-se competências, ensinar habilidades, estimular a cooperação e buscar agregar, cada vez mais, valor ao aprendizado com conteúdo interativo.

Para tanto, devem ser consideradas as especificidades de cada IES, especialmente a diversidade de currículos existentes no país. Além disso, deve ser enfrentada a cultura, muitas vezes cristalizada, de reação às mudanças quanto à organização didático-pedagógica e a dinâmica da integralização curricular dos cursos.

Portanto, estamos vivendo um contexto que ficará para a história, e é preciso muita determinação, perseverança, abertura ao novo, resiliência, reflexão, observação, aprendizagem e muita paciência para superar esses grandes desafios.

*Assessora Didático Pedagógica da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília

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Rafael Querrer

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