Meu nome é Larissa Pereira Narazaki, estou no último ano do curso de Direito e vou contar brevemente sobre minha experiência no intercâmbio acadêmico em Florença, na Itália, durante o primeiro semestre de 2019.
Primeiramente, gostaria de dizer um pouco sobre o processo seletivo. Desde que mudou o sistema ficou muito mais fácil de aplicar. O que sempre ouvi dizer sobre o processo seletivo é que era muito difícil, complicado e fácil de ser desclassificado, e após passar por todas as etapas entendo que isso se deve ao pouco conhecimento sobre como deve-se aplicar, quais documentos e traduções, quais os prazos, enfim, sobre o sistema em geral. Para aplicar para o primeiro semestre de 2019 eu comecei a juntar os documentos um ano antes, fiz a prova de nivelamento em inglês, fui atrás de um professor que me recomendaria. Tudo isso leva muito tempo e dedicação, ninguém consegue tudo em uma semana. Importante divulgar isso para os interessados.
Ser aceito pelo consulado da Itália é algo um pouco burocrático e demanda tempo e paciência, e saber falar italiano é um diferencial apesar de serem ministradas aulas em inglês na faculdade. Para conseguir a licença para residir na Itália são diversos processos que necessitam de um mínimo conhecimento da língua para preencher corretamente e não ter o pedido negado pela polícia italiana, mas nada que com um pouco de pesquisa por parte do candidato não seja superado.
Quanto à faculdade aqui em Florença, fui bem recebida, mas as pessoas são um pouco atrapalhadas, os horários de funcionamento das secretarias é super reduzido e dificulta a comunicação com os meios administrativos da faculdade. Fora isso, funciona bem: as aulas são estilo europeu tradicional, muito teóricas, nada práticas e de certo modo simples, mas isso para todos os intercambistas, inclusive europeus. A minha maior dificuldade foi com esse estilo de aula, uma vez que ao estar no 9⁰ semestre, já ter realizado estágio, e ter tido contato com o direito aplicado, é difícil manter a concentração em um ambiente totalmente teórico.
A experiência em geral foi muito boa, você aprende a olhar o mundo com outros olhos, ver como a vida se desenvolve em um país de primeiro mundo, onde os alunos da faculdade sequer devem trabalhar no período em que estão na faculdade, focando nos estudos. É importante para o crescimento pessoal ter mais independência, saber se virar em diversas situações complicadas, em uma língua que não é a sua língua materna, em um país burocrático como a Itália. Mas no final está sendo de grande valor na minha vida pessoal e acredito que terá bons reflexos na minha vida profissional.