2017 - Alana Baraldi - Publicidade e Propaganda

Foi a partir desta escolha que minha jornada de mobilidade acadêmica teve início. E desde então, minha vida foi uma sequencia de escolhas. Uma atrás da outra. Uma melhor que a outra.

 

 Vivi dias intensos desde que pisei em solos espanhóis lá no início de setembro. Esses quase 3 meses de mobilidade me enriqueceram de forma transformadora. Não é apenas um idioma diferente, mas uma cultura inteira. E quando digo cultura, não são apenas hábitos recorrentes, mas sim formas de vivência no geral. Tudo é muito diferente. E não tem como não amar essas diferenças.

 

A princípio estranhei o tanto que os espanhóis levam a sério a sesta. Parece algo sagrado. E talvez seja. Mas a grande maioria dos estabelecimentos fecha das 14h às 17h para que os funcionários descansem e regressem depois deste período para trabalhar até às 20h. Como havia dito, a principio estranhei. Três semanas depois já praticava a sesta como cada um deles. E percebi como faz bem praticá-la.

 

Desde que cheguei, tive que aprender a conviver com a descrição estudante ERASMUS (intercambio entre países da Europa) e até me sentir como um, mesmo não provindo de um país europeu. E, sobretudo, aprender que aqui não existe a tendência de americanização com a qual nascemos acostumados no Brasil. Os espanhóis têm palavras traduzidas para exatamente tudo, nada aqui se fala como em inglês, nem mesmo a palavra WI-Fi, acredite.

 

Fiquei surpresa com a quantidade de estrangeiros que vem aqui para estudar. E mais surpresa ainda com a pouca quantidade de brasileiros neste local. Já fiz intercambio antes e sei como somos uma nacionalidade que se faz presente em todos os cantos do mundo. Mas incrivelmente, aqui em Valladolid, não. E esse fator foi fundamental para que eu conhecesse pessoas de todas as partes do mundo e estivesse sempre praticando o idioma espanhol e aperfeiçoando-o diariamente.

 

Quanto à faculdade, tive aquele susto inicial ao ver que cada uma das disciplinas que elegi ocupava lugar em todos os dias da minha semana. Sim, das quatro matérias que escolhi cursar, as quatro se repetiam todos os dias da semana. O que isso significa? Que a intensidade com a qual as aprendemos é muito grande e que o estudo diário é mais que uma necessidade neste lugar. Com isso entendi que os estudos universitários da Espanha são muito distintos do Brasil, aqui eles pregam que a universidade é um tempo de imersão no aprendizado “teórico” do que você escolheu estudar. No Brasil, honramos pela prática do estágio no maior tempo possível da faculdade.

 

Mas apesar de ter sentido tanta diferença na maneira de estudar, me adaptei rapidamente a forma espanhola de estudos diários e ingressei a diversos grupos extracurriculares que me acrescentaram uma visão aprofundada em diversos temas. Alguns grupos, como o de leitura, tem sido tão espaciais para mim que pretendo ser difusora deles ao regressar ao Mackenzie.

 

E só para terminar, queria dizer que intercambio é uma oportunidade mágica, que abre caminhos e horizontes. Mas para quem sabe trilhá-los. O mais importante é seguir aprendendo, independente de onde você esteja.