Protagonismo estudantil e tecnologia

Semana Pedagógica é marcada por discussões e integração

08.08.201809h58 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Protagonismo estudantil e tecnologia

A XIV Semana Pedagógica da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), do segundo semestre de 2018, destacou o protagonismo estudantil em sua recepção aos docentes. Além destas diretrizes, foram abordados os projetos integradores, a influência da tecnologia e o entendimento ao aluno que vive em um ambiente complexo, acelerado e diferenciado.

Marili Moreira da Silva Vieira, pró-reitora de Graduação e Assuntos Acadêmicos; e Ana Lúcia de Souza Lopes, coordenadora de Apoio Pedagógico da Pró-reitoria conversaram conosco para explicar mais a respeito das apresentações, discussões e oficinas ocorridas durante a Semana Pedagógica. Elas tratam das estratégias de motivação de alunos e professores e fazem um balanço dos resultados do evento. Confira a seguir:

Quais foram os principais objetivos da XIV Semana Pedagógica da UPM?

O objetivo é estimular, encantar e motivar o professor a trabalhar com protagonismo, que entendemos como a ação do aluno no processo de ensino e aprendizagem, seu envolvimento e atividade neste processo dentro de sala de aula. Dessa forma, o professor tem de ser alguém que organize tais processos de maneira intencional e planejada para que o aluno possa vivenciar experiências que vão desenvolver competências e domínio de conteúdo.

Fora da sala de aula, o protagonismo se traduz nas atividades que fazem a síntese dos conteúdos passados em sala. Assim, projetos integradores, atividades de empresas juniores, estágio, ligas acadêmicas, projetos de extensão, iniciação científica, etc., todas as atividades partem da realidade teórica para a realidade prática e a maneira que ele vivencia isso.

Nosso incentivo é mais que uma prática docente, é no sentido de uma identidade docente voltada ao professor que tem de lidar com um aluno que precisa ser protagonista e que exige que o professor dê diretrizes para ele agir, tratando de quem é esse aluno, como ele pensa, como está se encaixando nessa sociedade, que limites ele precisa e que estímulos ele precisa.

E quanto às ferramentas tecnológicas? Há separação entre os temas?

A tecnologia é o instrumento que o professor utiliza para promover e provocar esse aluno para o protagonismo, é um facilitador e não um impeditivo. A ideia é refletir sobre como usar isso da forma mais adequada.

Quanto à diferenciação dos assuntos, apesar de estarem separados em três dias, didaticamente, na prática eles estão integrados. Não é possível refletir sobre o professor de hoje em dia sem verificar sua prática, sem a tecnologia e sem pensar nesse aluno atual.

Quando falamos em protagonismo, o professor está incluído nessa diretriz?

Sim, também procuramos trabalhar o protagonismo do professor. Durante a Semana Pedagógica tivemos grandes conferências para provocar reflexões, seguidas de atividades práticas. Além do dia especial do protagonismo, quando tivemos várias reuniões de núcleos, de disciplinas universais e de eixo comum, que são, inclusive, espaços em que os alunos se misturam. Ou seja, o professor tem aquela diretriz, um roteiro das aulas, mas isso vai além, ele tem que extrapolar, ser protagonista e provocar isso no aluno.

Como funcionam os projetos integradores?

Eles funcionam de maneira diferente em cada unidade. Podem ser várias disciplinas atuando em conjunto para um mesmo trabalho, e às vezes pode ser provocado por um professor preparado que mescla em sua própria aula os conteúdos daquele semestre como um todo, levantando uma problemática que seja de interesse de todos, com foco ao desenvolvimento da resolução de problemas.

Qual a duração de tais projetos?

Eles podem durar um semestre ou até dois anos, pois a ideia é que o aluno vivencie diferentes etapas. Elas podem se traduzir em oficinas e diversas outras atividades que apliquem os conteúdos na resolução de problemas reais e simulados. Dessa forma, ele pode se direcionar para suas áreas de interesse de estudo.

Nas licenciaturas, por exemplo, esses projetos estão ligados às questões e à realidade que os alunos veem no estágio, problematizando as discussões e desenvolvendo o projeto em cima de soluções para problemas escolares, reunião de pais, reforço escolar, etc.

De tempos em tempos, há a atualização das matrizes curriculares, qual é a importância disso?

Ela ocorre a cada três ou quatro anos. São ajustes feitos a partir do que os próprios professores apontam sobre elementos ou disciplinas que não estão adequadas; sobre a necessidade de olhar sobreposição de conteúdos, pela própria dinâmica do conhecimento.

Há vários tipos de atualização: de conteúdo, componentes curriculares que se desatualizam no próprio mercado, no próprio exercício da profissão, mudanças na legislação, alterações na avaliação que é feita pelos órgãos internos e externos, etc. A análise e percepção dos professores e dos coordenadores pedagógicos nos mostra deficiências, defasagens, necessidade de outras ênfases, e isso nos leva a reorganizar as matrizes curriculares.

Recentemente, em 2017, reformulamos grande parte das matrizes curriculares em diversos cursos e neste semestre demos continuidade ao processo de implantação das matrizes.

Esse tempo entre as atualizações é necessário para que se vivencie as mudanças de maneira completa. De um lado pelo tempo necessário para se implantar e de outro para se ter tempo hábil de analisar e aplicar novas alterações. No entanto, mesmo dentro destes intervalos são feitos ajustes dentro das disciplinas, tais como mudança de bibliografia, acréscimo de conteúdos, etc.

Como os professores lidam com isso?

É muito tranquilo, porque isso é trabalhado pelos próprios professores. A ideia, o momento de atualização e as diretrizes de necessidade de otimização de conteúdo são lançados pela reitoria; enquanto os professores participam de todo o processo e apontam os itens e alterações necessárias.

Para os alunos também é um processo interessante, pois são informados com alguns meses de antecedência, recebem a divulgação das matrizes, ainda em construção, e vão vivenciando aos poucos, em um processo de adaptação.

Qual é o balanço geral da Semana Pedagógica?

Há dois olhares. Pelo pedagógico, foi um período enriquecedor. E dizemos isso pelo próprio retorno dos professores, pois já recebemos e-mails com considerações, busca por livros indicados pelos palestrantes, comentários sobre leituras já realizadas e tudo aquilo que o evento fomentou.

O outro ponto de vista é o afetivo, e pudemos notar que a característica da XIV Semana Pedagógica foi o acolhimento: entre os professores, a Reitoria, a Pró-reitoria, etc. Foi um momento de convivência e comunhão.