Pedras no caminho

15.07.202015h06 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Pedras no caminho

Elisa Leão*

 

A busca pelo autoconhecimento é uma jornada constante e diária que exige investimento pessoal. Parece simples decidir ser alguém melhor e agir com controle emocional, empatia e respeito ao próximo. Para muitas pessoas o simples fato de escolher pelo autodesenvolvimento já significam passos nessa direção. Para além de reflexões, essas pessoas conseguem efetivamente entrar numa dimensão de flexibilidade, o que não significa uma metamorfose radical, mas uma maior consciência do próprio ser e consequentemente o alcance de uma vida mais leve e de verdadeiras conexões com o próximo. As pedras no caminho podem significar aprendizados. É preciso desviar de alguma forma.

Para outras pessoas, as pedras são grandes impedimentos que travam o caminho e inviabilizam a jornada. O “não” é palavra de ordem e muito mais conhecida que o “sim”. Toda essa dificuldade pode ser em função de limitações causadas pela história de vida, por escolhas ao longo da vida, por predisposições genéticas, por aprendizados sociais, pela individualidade que favorece uma vivência em ciclos viciosos. É muito fácil assumir uma posição de vítima frente aos acontecimentos trágicos e  fatalidades da vida.  

Ser vítima significa não ter responsabilidades, mas ter todos os motivos para acusar e culpar as outras pessoas. Ser vítima significa sempre reclamar, apontar erros, nunca precisar pedir desculpas, mas ao contrário, continuamente esperar por desculpas.

Acredito que o sofrimento de alguém nesse lugar deve ser profundo! A insegurança que conduz a arrogância, a prepotência que dá o direito de gritar com quem ousa discordar da sua verdade absoluta como se ela existisse.

Um mundo duro! Hostil! Inflexível! Certo ou errado! Oito ou oitenta!

Talvez seja mais fácil ele ter razão.

Brigar pra quê?

Ficar parado no tempo simplesmente pra decidir quem tem razão?

Pra quê?  Pra sofrer?

Você precisa do lugar de vítima ou consegue decidir avançar e desenvolver?

Uma grande pergunta pode ser: mas  o que fazer para avançar? Não sou dona da verdade, mas seguem algumas dicas elaboradas a partir do conhecimento científico de muitas teorias e de anos de estudo. Cito inclusive duas grandes referências, Boris Cyrulnik, um dos teóricos da resiliência, e Jon Kabat Zinn, do mindfulness.

Então, vamos lá:

- Respire e não reaja simplesmente.  Aja com consciência.

- Busque focar no que é real e não entrar no que é verdade para o outro. Seja imparcial.

- Identifique as qualidades positivas em você e no outro. Todos tem o seu lado bonito.  

- Saia do ciclo de raiva e do lugar de vítima da outra pessoa. Encontre o problema, pense nas soluções e avance  na discussão

- Tente interpretar a situação com olhar externo. Metaforicamente olhe o contexto de forma  ampla, como se estivesse usando um drone.

- Reconheça que queixas e reclamações constantes não fazem parte da sua história, mas de alguém que só consegue ver através de lentes cinzas, inseguras que não conseguem assumir as rédeas da própria história.

Depois disso, avance e avante, lembrando de que pedras no caminho podem nos ensinar a saltar melhor e mais alto.

 

*Elisa Leão é professora doutora de Psicologia da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília, psicóloga clínica e palestrante.

 

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ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
MACKENZIE BRASÍLIA

Rafael Querrer
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